Quando eu passar
Não venha querer me consolar
Enquanto meu pranto for amargo,
Enquanto amargo for a lágrima que escorre em mim,
Enquanto meus olhos estiverem em coma,
Enquanto meu coração for fossa.
Não me dê ouvido algum
Pois eu duvido que não queira chorar.
Meu pranto é como torneira
Se abrir, vai embora, se fecha, fica,
Mas dificilmente deixa de ter água no pranto do coração que chora.
Não venha querer arrancar sorrisos de mim
Enquanto meu coração estiver aterrado,
Enquanto meu corpo estiver enterrado nesta cova mórbida,
Enquanto eu não deixar de lado o que do meu lado deve ficar.
Se um dia quem sabe, amanhã, eu sorri?
Quem sabe se por esse mesmo dia, só esse,
Meu coração queira parar de servir?
Quem me dera ter um dia, só um desses que muita gente não quer,
Encontrar um motivo qualquer
Para nesse dia, parar de andar...
Ter coração de bicho em corpo de gente
É declarar que nada evoluiu,
É ser como criança, de querer tudo,
É ranger dentes por migalhas.
Por isso eu sei que enquanto eu não parar,
Meu pranto será como tempero pra Urubu, e
Continuará sendo o incivilizado que me prenderá.
Enquanto eu for devastado,
Enquanto for eu “lavagem” nesse lamaçal que sou
Nem me olhe, não queira me fazer feliz
Pois só é feliz quem para
E a menos que você tenha parado,
Não vejo motivo algum pra você querer passar pela minha vida.
Bertrand Morais
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